quarta-feira, 29 de julho de 2009

Capítulo XX - Mundo Imperfeito

A queda dela ao chão foi rápida, mas pareceu durar bastante. A garota de cabelos escuros pôde ver os olhos, o sorriso e o sangue daquela delicada garota branca dispersos no ar. Um olhar sem arrependimentos, ela morreria por aqueles dois sem pensar duas vezes. E foi isso que fez.
O impacto contra o chão não foi nada. Dor física não era nada naquela hora... O silencio a seguir foi profundo.
Elisha estava sem ar por causa do soco que levou na barriga.
Erin fechou os olhos, não iria mais falar.
Até Victoria e Kasuya não sabiam o que dizer, porem a filha de Anita foi a primeira a se manifestar, o anjo de olhos verdes e asas negras, ela soltou a pistola.
Elisha viu a arma bater no chão e ficar imóvel ali, Vic não se desesperou. De qualquer forma a morena não iria ligar... Seus olhos só conseguiam enxergar Erin caída na sua frente, e a culpa tinha sido toda dela.
Devia ter mantido ela longe dos tiros ao invés de investir contra Kasuya, a menina não tinha nada a ver com aquilo. Era a ultima que merecia ser atingida.
Enfim, assim era aquele mundo. Impiedoso e sádico com quem não merecia.
A culpa dilacerava o peito de Elisha cada vez mais, milhares de “se eu tivesse” passavam pela sua cabeça. Era tão insuportável que ela sentiu vontade de se matar se tivesse forças pra fazê-lo. Ser fraca como Yuriko foi e se juntar à pessoa que amou no seu leito de morte... Isso seria reconfortante.
A única coisa que seu fôlego lhe permitiu dizer foi “Yuna”. E ela queria que fosse a ultima. A única...
Victoria caminhou até sua Yuna no chão e se colocou de joelhos diante dela, apoiando as mãos no chão. Elisha a observou, o que será que ela estava sentindo naquele momento? Sua expressão era tão seria... E indecifrável.

- Merda Yuna, por que você nunca faz o que eu quero? – Ela repreendeu a menina albina no chão com seu olhar frio e imperativo – Você não vai fugir de mim de novo.

Nesse momento Kasuya caiu em si, era frio demais pra se abalar por isso. Ela não era Erin, por mais parecida que fosse.
O jovem mirou sua arma para a garota dos olhos verdes , não erraria dali.
Nunca teria errado se Vic não tivesse lançado aquele olhar pra ele, a expressão do garoto foi horrível, era como ser atravessado por mil adagas ao mesmo tempo, num só olhar. Ele recuou e hesitou, mas atirou mesmo assim. Aquele aperto no peito, o medo... Nunca tinha sentido esse medo terrível de alguém, somente Anita Sullivan tinha conseguido distorcer a mente dele aquele ponto. Ele nunca tinha sido dobrado assim por ninguém, aquilo era impossível.
O olhar sombrio daquela garota criava medo nas pessoas, controlava os sentimentos mais ocultos pelas almas delas. Controlava, causava delírios, destruía.
Aquela garota não era humana... Não podia ser.

Elisha retomou o ar, mas tudo foi confuso depois do disparo. A atmosfera mudou, como se Vic tivesse jogado todos ali no inferno com aqueles seus olhos, só faltou o fogo.
E o fogo veio.
Kasuya devia ter errado o tiro e acertado um botijão de gás na cozinha do apartamento, era o mais provável.
Ou talvez o fogo viesse direto do inferno, trazido por aquela bruxa de olhos amaldiçoados.
Elisha nunca ia saber a verdade sobre isso. Nada mais fazia sentido, sentiu o cheiro de fumaça, viu as paredes racharem e ouviu o prédio todo tremer.
A voz de Victoria a chamou de volta pra realidade:

-Levanta! Ela ainda tá viva, mas você vai ter que me ajudar a tirar ela daqui.

Foi o que bastou pra morena juntar todas suas forças e se levantar tossindo violentamente, ela nem notou quando o fogo se alastrou tanto e nem importava agora. Segurou Erin com cuidado, por debaixo dos braços, e Vic a segurou pelas coxas, guiando o caminho. Sem antes ter pegado a pistola no chão e guardado. Elisha estava tonta e confusa demais, corria como se fosse um zumbi seguindo os comandos de Victoria.
O destino delas foi o elevador, colocaram a albina no chão e a morena de cabelos longos recuou, batendo nas paredes metálicas e quentes do elevador e deslizando por elas até se sentar no chão. Tudo rodava e o calor era insuportável. Aquilo parecia mesmo o inferno, seu braço voltou a doer por causa dos cortes.

- O que foi isso?

- Sem tempo pra explicar. – Vic já tinha pressionado o botão pra descer, agora era só esperar. A garota de cabelo curto se mantinha calma e confiante, mesmo diante de tudo aquilo. O fogo, os tremores, calor e Erin a beira da morte...

- O prédio já era, duvido que essa porcaria chegue no térreo numa boa.

- Se nós fossemos pela escada ela morreria. – Victoria rasgou o vestido de Erin nas partes em que os tiros tinham acertado com um canivete que Elisha não fazia idéia de onde ela tinha tirado. Não acreditava que elas fossem sair vivas dessa, era o que sua intuição dizia. E essa nunca errava. – E se for pra morrer, que seja as três juntas. Então cala a boca se for ser pessimista e confia em mim. – A garota dos olhos verdes posicionou a lamina na ferida da albina, Elisha não estava olhando. Apenas arfava olhando para as próprias pernas naquele canto – Isso vai doer pra caramba, mas se deixar ai só piora. Então deixa de ser uma florzinha delicada só um pouco Yuna... – Retirou ambas as balas do corpo dela, a no ombro e a no abdômen, com o canivete sem hesitar. Erin gemeu baixinho de dor, o que deu alguma esperança pra Elisha.
Ainda estava viva...

Ouviu-se um estalo quando elas estavam no terceiro andar, o elevador não durou, como Elisha disse. Os cabos se romperam e ele caiu, Vic se colocou sob Erin a segurando com força, não podia a deixar sofrer grandes impactos.
Já Elisha caiu feio no chão.
O que salvou aquelas meninas foram os freios de segurança, o elevador chegou ao primeiro andar, estava meio torto, Vic e Erin deslizaram pelo chão até um dos cantos. A queda não foi tão brusca assim, Elisha se levantou e correu pra porta metálica antes que Victoria mandasse. Tentou abrir aquilo, mas estava travado, ela forçou o máximo que pode. Tanto que os pontos no seu braço começaram a se romper, aquilo ardia tanto que ela mordeu os lábios pra não gritar. Dor não importava, isso não a faria parar.
Para a sua surpresa alguém ajudou pelo lado de fora, a porta abriu-se rápido então.
Era Jin. Como ele tinha encontrado elas ali?
Mais uma vez Vic nem precisou mandar, o garoto imediatamente pegou Erin no colo surpreso com a situação, mas sem pânico algum. E a morena de olhos verdes puxou o seu “zumbi” pelo braço que estava bom, correndo pela recepção vazia e saindo dali. Em pouco tempo eles já respiravam o ar fresco de lá de fora.

-Como você achou a gente? – Parte da tontura dela tinha passado.

- Recebi uma mensagem no celular, não sei de quem, mas parece que queria que eu viesse pra cá. – Havia uma moto por ali, provavelmente foi assim que ele chegou, Victoria nem precisou falar de novo. Ele levou Erin pro carro, ajeitando ela no banco do passageiro – Temos que ir pro hospital.

-Não. – Tanto Jin quanto Elisha olharam assustados pra Vic quando ela negou, estava falando sério – O corpo dela não vai aguentar. Ela não vai sobreviver, mas eu posso dar um jeito. Só coloca ela no carro.

-Ela vai morrer se não for cuidada por profissionais! –
Jin ficou aflito.

-Coloca ela no carro. – Vic não gostou de ser contrariada, o rapaz se irritou com a ordem, mas cedeu. Teve que ceder – Isso não foi um pedido ou palpite.

No meio daquela tensão entre eles, Elisha estava distraída com outra coisa. Ela ouviu seu nome na voz de Erin.
E lá estava ela na porta do prédio com o uniforme negro do Dark River. A morena precisou olhar de novo para a Erin de branco no banco do carro para entender.
Aquela no prédio era a verdadeira Erin, o fantasma. Foi a primeira vez que ela apareceu e conversou com Elisha de novo, desde que ela descobriu.
Essa Erin estava sinistra, encarando a morena, seus olhos estavam num tom vermelho vivo, como os de Kasuya ficavam. Não eram mais os antigos olhos inexpressivos, agora eles tinham uma aura cruel.
E se a verdadeira Erin fosse assim? Outro monstro sem sentimentos?
A garota não teve tempo para pensar nisso, ela soube o que sua companheira de mesa queria na hora em que a viu. O que aqueles olhos frios lhe pediam. Era Kasuya.
Lá fora estava frio e molhado devido a chuva, Elisha sentiu seu peito gelar também, olhou para o chão e para o braço machucado. Chamou o nome de Victoria.

Aquela maluca virou pra ela como se soubesse o que a garota ia dizer só de olhar no seu rosto. Elisha se aproximou dela fraca e indecisa.

-Me promete que vai salvar Yuna. Que vai proteger e fazer dela feliz...

Aquela tinha sido sua decisão.
Sabia o que Vic sentia por Yuna, e que ela mesma nunca iria conseguir escolher entre uma das duas. Mais uma vez se viu ali... Abrindo mão de si mesma por elas.
Victoria leu os pensamentos dela de novo e teve dificuldades pra manter a calma.

-Tem certeza? – Elisha não respondeu, não conseguiu. Vic teve sua resposta no momento que a garota de olhos amarelados ergueu os braços pra agarrar aquela sua jaqueta preta – Ok... Eu prometo.

Victoria levou as mãos para a cabeça de Elisha, que repousou em seu peito, acariciou aqueles cabelos negros. Não iria impedí-la.

-Confia em mim tá? – Naquele momento ela se parecia demais com sua mãe, principalmente no verde dos olhos – No fim nós vamos ficar juntas e livres...

Elisha caminhou com as mãos pelo zíper daquela jaqueta e pegou o pingente de prata, abrindo-o. Foi ai que ela entendeu, Vic queria que isso acontecesse.
Como ela pensou, uma das fotos era Yuna e a segunda era sua. As duas iam acabar mortas, só assim ficariam juntas e em paz.
Se esse fosse o único jeito, ela então morreria sem hesitar.

Victoria ergueu o queixo da garota e sorriu.
Olhar para aqueles olhos fazia Elisha acreditar que tudo ia se resolver. Precisava confiar em Vic, mesmo que fosse cegamente e aquilo parecesse absurdo ou impossível.

- Ei... Tudo vai dar certo.

Mais uma piscada e então a morena de cabelos longos tomou uma iniciativa, horrível, mas tomou. Por um impulso momentâneo ela tentou um beijo, mas acabou dando um selinho na garota, chocou os lábios contra os da outra de forma repentina e hilária. Vic não riu por pena.
Elisha ficou vermelha, toda sem jeito, e se afastou depressa esfregando os lábios e se chamando de ridícula. A sua primeira e talvez ultima tentativa de beijo falhou miseravelmente.

-Eu nunca ia pegar o jeito pra isso mesmo...

Ela seguiu para a recepção, dava pra sentir o calor dali. E Jin voltou pra perto de Vic, acabou se alterando com ela de novo ao notar o que tinha acontecido.

-Você deixou ela voltar!? – Passou por ela correndo, no intuito de alcançar Elisha – É uma louca mesmo!

Vic não fez nada, apenas lançou um olhar cínico pra ele. O rapaz conseguiu alcançar sua mocinha que já estava do lado de dentro.

-Elisha! Onde você pensa que tá indo?

-Kasuya. – Ela continuou de costas, não estava disposta a voltar – Tenho que fazer um favor pra irmã dele.

-Erin? – Obviamente ele já tinha percebido que eles eram parentes.

-É.

-Então deixa que eu vou, é muito perigoso... – Ele era mesmo ótimo. Nem ligava para aquele homem ter matado seu melhor amigo. Elisha teve dificuldades pra responder... Devia ter conversado com ele antes, feito amizade antes. Ia ser tudo bem diferente se ela tivesse deixado de ser antissocial só um pouco. Agora ela não iria voltar atrás.

-Não.

-Eu não quero que aconteça algo com você lá dentro!

-Eu sei, agradeço por isso, por tudo. Mas eu preciso fazer isso sozinha. Eu quis tentar, mas não sou igual a vocês. – Virou-se pra olhar o rosto dele, o pior pra Jin foi notar a determinação no olhar dela – Esse é o tipo de vida que eu decidi ter. Não tenta entender.

-Por que você precisa resolver tudo sozinha?

-Porque é minha natureza.

-Então você vai morrer só pra tentar falar algo pra um assassino e por causa de uma louca que nem falou nada quando viu você caminhando pra morte?

-Tsc. –
Nada agradável, ela deu meia volta e ficou cara a cara com o garoto, cruzou os braços – Fecha os olhos.

-Elisha... Isso não é hora. – Jin estava visivelmente preocupado, agora ele percebeu a gravidade das coisas ali. E Elisha entendeu o lado de Victoria, era melhor ele não saber de tudo. Pra não correr perigo.

-Fecha logo. – Jin respirou fundo, mas obedeceu dessa vez. Fechou os olhos mesmo não querendo e Elisha se aproximou mais ainda, fitou o loiro, hesitando um pouco e foi se aproximando aos poucos a ponto de sentir a respiração pesada dele.

Hesitou mais e então ergueu a mão na direção da boca dele, acertando outro peteleco em cheio no queixo do loiro. Dessa vez sem o empurrão de Irene.

-Para de se interessar por mulher errada. E a gravata tá feia pra caramba.

Isso servia pra Megumi e ela, foi ruim fazer isso com ele, mas era melhor desse jeito. A garota deu as costas indo pra dentro e antes que Jin pudesse impedir as portas bateram na face dele. Não importou quantos chutes ele deu, não voltaram a se abrir. Ele teve a impressão de ter visto uma outra Erin de negro e olhos avermelhados fechando essas portas.
O destino que a morena escolheu tinha sido selado ali.
Foi pelas escadas, as chamas consumiam os corredores dos prédios a partir do terceiro andar. Até esses uns ela não teria problemas, só se tudo desmoronasse.

-Apenas siga em frente Sayonomi-san, nada vai te machucar.

E seguiu, guiada pelos sussurros do fantasma. Sentia como se estivesse sendo protegida, o fogo nem tocou sua pele e os escombros não caiam sobre ela. Elisha se sentiu inabalável naquele momento. Era isso que Vic queria.
Ela sabia que Elisha faria isso.
Na melhor das hipóteses a morena pirada teria algum plano brilhante pra tirá-la dali, por outro lado, Elisha não ligava de morrer agora.
Nem precisou procurar, topou com Kasuya no corredor do terceiro andar. Mesmo com algumas queimaduras e sangue na testa o jovem rumava sem dificuldades pra saída. A menina engoliu seco, só havia um caminho pra sair de lá e ela estava nesse caminho.

-Por que voltou, Elisha Sayonomi?

-Alguém me pediu. – Encarou o rapaz e foi retribuída.

-Heh... Então a humanitária voltou pra me salvar?

-Pelo visto você não precisava de mim pra isso.

-Exato. Eu vou matar aquela garota, saia da frente. – Não enxergava Erin ao lado dela.

-Não, preciso dar uma palavra com você.

Kasuya não quis conversar e deixar Victoria fugir, disparou duas vezes contra Elisha com a pistola que ele manteve nas mãos e não acreditou quando viu as balas passarem ao lado da cabeça da morena, que tomou um susto.
Ele não errou, não podia ter errado.
Elisha sabia disso e teve um palpite:

-Sua irmã quer mesmo que eu fale algo pra você...

-Não brinque com o que não deve Sayonomi! – Isso o irritou, não teve outro tiro por pouco. Quem sabe ele quisesse ouvir agora.

-Eu sempre via ela desde que você entrou no Dark River, o “espírito” dela. Acho estranho você não ver também, porque nós somos parecidos na questão da segunda personalidade. – Falava como se não ligasse.

-O que quer dizer com isso? – E ele sem paciência.

-Eu via ela sempre andando junto com você na escola droga... Até quando você me explodiu ela tava lá. Acho que ela quer que você saiba disso e me fez vir aqui contar. Não tenho como te provar, mas sua gêmea boazinha quer que você deixe ela ir. – Foi o que mais fez sentido e Kasuya a olhou com seriedade, percebeu que ela não mentiu. Abaixou a arma, Elisha se encorajou com isso – Tenta fazer ela parar de se preocupar e seguir em frente...

-Nem ela me considera, Sayonomi. O ritual não deu certo por que ela não quis voltar.

-Pense no motivo.

-Eu sei do motivo. Ela nunca aceitaria roubar a vida de alguém. –
Elisha podia sentir parte da decepção dele – Tem razão quando disse que somos parecidos. Não sabemos ser carinhosos, nunca tivemos apoio amigo nas horas que precisamos e perdemos o que era mais valioso pra nós. A diferença é que você agora tem por quem lutar e eu não.

-Yuna deu a vida pra te proteger agora pouco... Você viu. – Era melhor usar esse nome pra não confundir com a Erin original. Yuna tinha tomado um tiro por ele, ou pior, dois. Mas Kasuya também parecia desejar a morte.

-Eu não pedi por isso. Passei a odiar aquela menina quando descobri que não era Erin, me deixei dominar pelo outro “eu” e a torturei como meu pai fez com a minha irmã, que também tinha aquelas malditas cicatrizes nas costas quando eu me reencontrei com ela pela ultima vez. Só queria que ela saísse do corpo da minha Erin, ou que ela se tornasse Erin caso eu a deixasse idêntica...

-E ela nunca te odiou por ter feito isso...

-Sim, ela não merecia. Eu enxerguei nela algo que só via em Erin naquele dia na floresta, o jeito bondoso... Ela tentou me proteger mesmo depois de tudo. Não queria ter machucado ela, mas você sabe como nossa dualidade é. E agora é tarde pra arrependimentos.

-Se matar Victoria vai machucar ela ainda mais.

-Eu sei.

-Então por quê? –
Elisha não compreendia por que ele não desistia disso.

-O que você faria se tirassem seu bem mais precioso pra sempre e você soubesse quem foi e como atingir esse alguém?

Dessa vez Elisha entendeu. Algumas pessoas eram capazes de perdoar isso, mas ela que nunca teve nada, que não aprendeu a sorrir ou ser gentil... Se tirassem a única coisa que ela tinha, o que ela faria? Chorar? Não... Elisha sabia o que fazer.

-Tem razão... Eu e você somos diferentes de Yuna e Erin. No seu lugar eu faria a mesma coisa, caçaria até o ultimo culpado e faria a minha justiça...

-Por isso eu vou destruir os Sullivan e a Black Rose.

-Eu entendo, mas mesmo sendo o que for, Victoria se tornou um desses meu únicos bens mais preciosos. Talvez até o último, então eu não vou deixar você tirar ela de mim. – Ergueu os olhos amarelados pra ele, decidida.

-Compreendo. – Ele também continuou a encará-la, reerguendo a arma e se aproximando para tocar a testa da garota com o cano – No seu lugar eu também faria a mesma coisa... Elisha Sayonomi. – Um tiro a queima roupa. Dessa vez ela iria morrer mesmo, mas até que se sentia bem. Ficar mais próxima de Kasuya e descobrir que ela não era a única a pensar da forma que pensava causou esse conforto. Seria até bom morrer pelas mãos do líder daquele clã Ishida. Alguém igual a ela.

-Espero que um dia pessoas como nós parem de fazer pessoas como elas sofrerem. – Elisha não fechou os olhos, manteve Vic e Yuna na mente até o ultimo segundo.

O disparo foi ouvido ao longe e o próprio prédio tremeu mais uma vez. O terceiro andar foi preenchido pelo fogo poucos minutos depois, numa outra explosão.

Jin ficou estático do lado de fora, ele não pode fazer nada além de ver aquele prédio ruir cada vez mais.Era impossível que ela fosse sair viva dessa vez.
O garoto não soube o que falar ou fazer, pelo menos seu desespero baixou, o que veio depois foi bem pior.

-Por que Victoria? – Ele foi até a morena no carro, ela já estava de saída, fechando o carro. Jin a impediu segurando as bordas da jaqueta dela quase agressivamente, estava quase de joelhos. Sua expressão era terrível, parecia prestes a chorar – Por que deixou ela ir? Você gostava dela! Por que deixou ela morrer? – O loiro estava gritando, segurando-se nela. E Victoria o olhava fria, sem sinais de sorriso ou esperança, como esperado, também não conseguiu encará-la. Fazer aquilo ia confirmar ainda mais que aquele tinha sido o fim daquela garota que mexeu com ele. Vic não respondeu, ele se enfureceu mais ainda – Fala alguma coisa!

-A morte é nosso único momento de paz oras, Erin e Elisha vão ter essa paz.

-Você nem vai tentar salvar Erin!? Eu ouvi você prometer! – Jin a segurou com mais força, estava revoltado com as palavras dela. A única coisa que o impedia de agredir a morena eram aqueles olhos esmeralda o encarando, Victoria por sua vez não ia se alterar com aquele verme insignificante...

- O corpo não vai suportar, já disse. –As palavras eram cruéis e insensíveis demais, mais afiadas que laminas. Destruiram boa parte dos princípios e crenças em bondade dele.

-Você é doente!

Victoria suspirou, tinha sido a gota. Discretamente ela apanhou algo atrás de si e em seguida Jin só pode sentir seu ombro sendo atingido por um tiro. No começo só o susto, a dor veio depois.
Soltou Vic automaticamente e caiu, segurando o ferimento. A morena cruzou as pernas e virou-se graciosamente pra dentro, fechando a porta e ligando o carro. Apoiou-se na janela aberta pra dizer mais umas coisas:

-Uhum, eu sou doente, mas quer saber meu pior defeito? – Ela ia falar de qualquer forma, o sorriso que ela deu para o loiro foi cruel. O jovem aprendeu o que precisava sobre ela naquela hora – Eu sou possessiva demais. Odeio gente tirando casquinha do que é meu. E eu sei o que andou rolando por aqui na minha ausência só de olhar pro seu rostinho de playboy. Então vou deixar duas marquinhas em você, só pra não esquecer de nunca mexer com o que me pertence lindinho. Acredite, sua vida vai ser mais longa se me obedecer.

Sem hesito algum ela ergueu a pistola de novo e disparou, só deixando poeira para trás depois. A polícia ia chegar logo, Vic nem olhou para o garoto no chão de novo. Aquele enxerido teve o que mereceu. E a morena a testemunha que queria.

Estava frio ainda, as árvores daquela floresta passavam pela beira do asfalto. Erin estava ali do seu lado, já com o corpo frio, sem mostrar sinal algum de vida. Vic olhava pra ela periodicamente, mantendo um meio sorriso nos lábios. Na mente doentia dela, Yuna ainda podia ouvir.

-É Yuna, acabou... Vou estar com vocês em breve tá ? – A albina parecia tão tranquila, com uma aura bela de serenidade. Ficava ainda mais bonita assim – Você foi dela até o fim, a única coisa que eu não pude ter. Até a sua guria eu consegui, mas você... – Vic arqueou as sobrancelhas e fechou brevemente os olhos – Acho que entendi um pouco do que você tentava me dizer. Certas coisas não dão pra se forçar, elas simplesmente rolam né? Oh bem, nesse ponto só faltava uma coisinha... – Quando reabriu os olhos viu o que estava faltando. “Pigtails” cor-de-rosa no banco de trás do carro.

Aquela pirralha era invisivel mesmo.
Derrapou com o carro tentando desequilibrar a invasora e pegar a pistola do seu lado, mas a garotinha de olhos cinza era bem mais rápida. Vic conseguiu colocar as mãos na pistola, porem quando o carro parou já havia uma lâmina no seu pescoço. A morena suspirou infantilmente frustrada, que mania era essa de usar espadas japonesas nesse século? Pelo silêncio ou pelo cosplay talvez.

-Tá bem, você ganhou. O que foi? – Ela soltou a arma e Kaori Sadako deixou a espada afiada com uma fitinha cor de rosa e um bichinho de pelúcia miúdo, que ficava amarrado na ponta da fita, de lado. Pegou o próprio laptop de Victoria que ficava nos bancos de trás e estendeu para a dona, exibindo um belo sorriso de olhos fechados e pernas juntas, no seu agasalho preto e rosa. Aquilo já estava ligado.

A morena entendeu o propósito disso, virou-se e pegou o aparelho colocando-o no colo. A tela mostrava um tipo de chat, uma conversa de vídeo. E quem era a única nesse chat? Foi bizarro ver ela por um computador.

-Ora ora... Se não é meu pedacinho de doce amargo. – Ela foi recebida com um sorriso lindo da parte de Anita. A mulher estava deitada já, com uma das suas caras camisolas negras, numa cama imensa. Fazia tempo que elas não se viam, Victoria chegou a sentir falta – Não pode fugir assim, deixou a mamãe preocupada sabia? – Quem visse diria que eram irmãs, não mãe e filha.

-Desculpa, eu tava tão excitada que esqueci de deixar uma cartinha.

-Você está linda nesse novo visual. – Anita foi sincera, estava deslumbrada com a filha. E Vic sorriu contente com o elogio, estava fascinada da mesma forma, sua mãe parecia uma das próprias deusas da lua ali. Pareciam uma só pessoa narcisista mirando um espelho.

-Tive a quem puxar. – O amor entre elas era estranho. Difícil de dizer se era amor ou um ódio cínico – Tava morta de saudades de você.

-A branca de neve do seu lado parece mais morta que você. –
Agora sim uma faísca de maldade surgiu nos olhos delas – Aprendeu a lição linda?

-Pode apostar, aprendi muitas. E eu não vou mais errar, Anita. Acredite.

-Estou orgulhosa de você.

-E vai ficar ainda mais. – Anita fez cara de mãe compreensiva ao ouvir essa.

-Pare de rebeldia e volte pra Londres, sabe que eu não vou punir você.

-Sei sim. – E Victoria fez a sua de filha pidona – Mas eu preciso de férias... Isso tudo me deixou cansada, preciso de um tempo pra mim.

-Entendo querida. Vou te dar sete dias. –
A mulher era fissurada por esse número – Sem vigias e repressões. Mas se não voltar depois disso, eu te acho. Ok?

-Palavra?

-Palavra. Divirta-se meu amor.

-Ok. –
O trato animou a morena. Ela sabia que Anita mantinha suas promessas, de forma cruel, mas mantinha – Te amo...

Vic fez questão de jogar o laptop pra Sadako, sorrindo.

-Ouviu né? Sem vigia. Bye bye pokemonzinha. E deixa o laptop.

-Bah... – Sadako ficou extremamente desapontada, estava se divertindo na sua vigia. Fez uma carinha triste e saiu do carro, Vic arrancou assim que ela colocou os pés pra fora, desaparecendo por aquela estrada deserta perto da floresta.

Sadako ficou parada ali no frio, como se fosse um filhote abandonado.
Victoria chegou no seu destino rápido.

Aquela casa de campo gigante da família Kayoshi estava quieta naquela madrugada, Luise Kayoshi não tinha dormido, estava na sala de estar sentada numa poltrona tomando chá, a espera de alguém. Assustou-se ao ouvir um som estranho vindo do seu quintal, os seguranças do local informaram:

-Minha senhora, alguém invadiu a casa. – E a mulher ignorou os avisos deles, saindo da casa e se dirigindo à varanda.

Enxergou um carro preto no meio do seu jardim, em cima das suas flores preferidas, que nem existiam mais aquela altura. Os postes de luz permitiram identificar o motorista. Era quem a loira esperava, Victoria Sullivan.

-Mal pelo jardim, mas eu trouxe algo pra compensar.

Erin foi tirada de lá as pressas, Luise não acreditou naqueles ferimentos. Quase teve um ataque, mas se acalmou. A albina foi levada dali sem protesto nenhum da parte de Vic, que foi guiada para a sala de visitas e ficou lá por quase uma hora. Tudo ali era branco demais pro gosto dela, desde sofás a cortinas e mobília. Foi como esperar um parto com complicações. Até que Luise reapareceu, servindo um chá quente numa xícara de porcelana. A garota aceitou, estava em jejum desde o hospital.
Deu alguns goles naquilo, até que estava bom.

-Nervosa? – A loira questionou.

-Nem tanto, pareço estar? – Vic a olhou de baixo,com olhos infantis. Bebendo o chá.

-Devia, foi um dia agitado. Durma um pouco.

-Não vou conseguir. – Luise sorriu e deu as costas, indo para a porta.

-O chá vai ajudar nisso. – Victoria quase cuspiu tudo quando ela falou, mas era tarde – Eu conheço bem ervas, vá se deitar. Pode usar o quarto dela.

A morena encarou o chá com seus olhos verdes traiçoeiros, não era um mero chá. Sua expressão infantil desapareceu e sua voz soou fria:

-Eu nunca fui com a sua cara Sra. Kayoshi. Você esconde um lado ruim por trás dessa bondade toda. – Encarou Luise de costas, a loira sentiu calafrios e parou de andar – No seu lugar eu colocaria veneno nesse chá e daria o troco na mesma moeda pra Anita, matando a filha dela. – Acreditava que a mulher tinha feito isso. A expressão de surpresa e calma que a loira fez confirmou ainda mais essa tese, Vic a olhava irritada – Eu vejo o ódio por trás desses seus sorrisinhos bestas.

Luise abaixou a cabeça, assumindo alguma culpa, caminhou até ela.

-Olhar para você é como olhar um espelho que reflete o passado Victoria. Idêntica a Anita em tudo. – Parou na frente da garota, tirando a xícara da mão dela e colocando numa mesinha – Suponho que ela tenha te contado, nós fomos próximas assim como você e Yuna foram. Depois que ela herdou a Black Rose nós nos distanciamos um pouco. Mas ela sempre me amou como ama você. – A loira segurou as mãos de Victoria, a morena não sabia que eram tão macias quanto as de Yuna – E por mais mal que ela me faça, eu não consigo odiá-la. Eu desejo do fundo do meu coração que ela consiga realizar tudo que deseja. O que nos coloca em situações diferentes é que você resiste ao amor de Anita. Enquanto eu sou uma escrava daqueles olhos, exatamente como você dizia para Yuna. – Luise sorriu mais uma vez e se colocou de joelhos diante daquela menina. Vic ergueu uma sobrancelha, olhando com indiferença – Ela é minha dona, e eu um animalzinho engaiolado. Anita tirou Yuna de você porque queria ver o que ela faria se eu não existisse na vida dela, quer que você seja diferente. Nunca fui capaz de entender o que ela pensa, mas quem sabe você possa? – Luise deu um beijo delicado nas mãos e testa da garota, se levantando tranquilamente – Esse é meu lado ruim, eu sou submissa a ela por um tipo de amor cego.

Elas ficaram se olhando um pouco, Luise com seus olhos azuis e passivos e Vic sem saber como se meteu numa cena dessas. Ela quis rir e acabou rindo, Luise também riu um pouco e se despediu, ia se mudar de Sleepy Hill em breve.

-Durma bem.

Victoria de fato começou a sentir seu corpo adormecer. Anita também tinha suas bonecas e uma delas a pegou de jeito. Um erro?
Alguns minutos depois Vic se viu perambulando pela fazenda, não quis ir pra um quarto, estava completamente tonta. O sol estava raiando ao longe, ela largou a jaqueta na sala. Procurava um lugar que Luise tinha escondido de todos.

-Ervas ahn? Detesto wiccanas. – Conversava e ria sozinha, observando as fotos roubadas de Yuna e Elisha naquele pingente prateado – Pelo menos eu consegui Elisha. – Encontrou o que queria , aquele lugar parecia retirado de contos de fadas. Uma capela ou cúpula de vidro com cheiro de incenso leve e uma aura tão aconchegante... O sono de Victoria aumentou ainda mais lá dentro. Suspirou recordando de quando viu Yuna e Elisha abraçadas. Também não conseguiria escolher entre uma das duas, então era melhor colocar um ponto final sobre isso – Mas sabe... É melhor você cuidar da Yuna, não gosto de crianças choronas e acho que não nasci pra isso e... – Talvez Elisha pudesse ouvi-la agora. A morena riu mais uma vez, tinha ignorado a si mesma pra poder ver as duas felizes e juntas? O que Anita diria se soubesse disso?Andou para o centro daquele lugar lentamente e achou o que queria. Ali naquele lugar imaculado estava a garota de cabelos castanhos muito claros com seus olhos azuis fechados, deitada sobre uma espécie de túmulo coberto com as flores que ela tanto gostava, rosas brancas.

Tudo era tão irreal.

Luise conservou o corpo de Yuna ali, usando suas ervas de certo, por quase um ano. Estava exatamente como era, sem apodrecer nenhum pouco, parecia congelada como nos filmes, pra ser acordada de um longo sono anos depois. E realmente parecia tão viva...
O sol terminou de nascer e seu brilho refletia suavemente nas paredes de vidro daquele lugar, causando um calor agradável e confortável.

-Falando no diabo. – Vic se aproximou e agachou ao lado dela, na cama de rosas brancas – Prefiro você assim, bela adormecida. – Acariciou o rosto daquela garota e ela pareceu estar quente, ruborizada... Como sempre ficava nessas situações. Chegou a sentir uma fraca respiração vinda daquele corpo inerte. Era o sono... –Parece que sua mãe me pegou. Não importa se eu dormir aqui né? – Esboçou um ultimo sorriso e repousou a face sobre os braços que estavam em cima do leito de Yuna, fechando os olhos devagar – Vamos ficar juntas agora... As três. Então tudo bem...

Victoria soltou mais um risinho e adormeceu. Como uma criança.
Uma única rosa negra em meio a um jardim de rosas brancas.

O dia chegou em Sleepy Hill junto com as notícias, os corpos de dois jovens que estavam presentes no misterioso incêndio do edifício Blue Sky não foram encontrados. Mais um dos casos bizarros daquela cidade, a polícia nunca quis saber da verdade. E a culpa caiu num pobre vazamento de gás pra variar.

Aquela garota antissocial nunca imaginou que estaria metida num desses casos, era um tanto irônico, foi mais ou menos assim que ela soube de Yuna. E agora foi assim que seus ex-colegas iriam saber dela.
No fim ela não merecia morrer então?
Já que no seu mundo perfeito só quem não merecia encontrava a morte.
Ironia.
Ela sempre soube que não tinha nada de perfeito. Por mais errado que parecesse, tudo ia seguir normalmente. Assim como Yuna foi só mais uma, ela também foi. Não deixou marcas visíveis na cidade e nem nada, no fundo ela queria deixar alguma marca naquele mundo. Mas no final nada disso importou mais.
Ela descobriu coisas mais valiosas que o mundo.
Ou talvez não.
Quem ligaria afinal?
Agora o tempo pra viver seu sonho tinha chegado.
O seu “felizes pra sempre”.

Pro mundo aquilo não fazia diferença alguma mesmo,
Mas pra ela fez toda.
Tocante, não?
Foi o fim que ela escolheu.

The End (?)

“What is your most important treasure ?”

3 comentários:

  1. Embora eu tenha achado o finzinho fraco, o resto ficou muito bom na minha opinião. Espero que tenham gostado até aqui. ;p

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  2. Bravo... Bravo... Bravo!!!!!

    AMEI *-----------*

    AUSHUASHUHSAUHSAUHUSAHUSHUA'
    Ela 'viveu', que droga, você me enganou direitinho. kkkk

    Não acho a Victoria esse anjo na qual você cita no começo desse capítulo não. '-'

    Elisha não saberia quem escolher, affffffffff, se ela escolhesse a Victoria ao invés da Yuna, eu a odiaria pelo resto da eternidade. ò_ó
    A Victoria foi mó falsa até no fim.. FUUUU!!!
    BEM FEITO PRA VICTORIA. \õ/
    Desculpa, me empolguei, ela foi uma filha da puta com a Elisha, você que me desculpe, mas foi. Tudo por causa de uma obsessão ridícula, só por que ela sempre teve tudo que queria, menos a Yuna que ela não poderia forçar a ter, afff..... [vadiadescaradaordináriacaradepaudesgraçada] Ai ai, passou. kkkkk
    E deu até raiva da Elisha por ainda pensar nela com tanto afeto mesmo depois de tudo, afff.... "Ficar juntas as 3" aff... Não gostei disso por vários motivos relacionado a cada uma das 3. '-'

    Eu ia falar que odiei e achei injusto o fim do Kasuya por ver que ele ficou no prédio e por achar que ele tinha morrido, mas, entendi e quase chorei com a conversa dele e da Elisha lá dentro sobre a Erin... Bom, para todos os efeitos, bem, fiquei um pouco mal, masss.... Fez um ótimo sentido. ;]

    Luise com aquela carinha de santa hein, eu hein, credo... Não passou de um cão domado por Anita, aff... Anita, mó filha da puta que merecia morrer da forma mais cruel possível. =)

    COITADO DO JIN..... Ahh J, foi maldade. \cry Ç__Ç'


    "Espero que um dia pessoas como nós parem de fazer pessoas como elas sofrerem" Elisha para Kasuya. MAGNÍFICA!!!!! *--*
    ADOREI essa fala, foi muito digno da parte dela dizer isso. Ótima conclusão da parte dela.

    Bom, presumo que a continuação (se houver) tende a ser um pouco previsível, pois você deixou grandes pistas e algumas aberturas para isso. Dou total apoio para uma continuação, se quiser. ^^

    Well, eu AMEI, sério, gostei mesmo, apesar de ter levado 3 madrugadas para ler tudo e avaliar bem as coisas, nem ligo, foi legal, não fiz mais nada na net além disso. [fatão] kkkk. Li e reli várias partes, porisso demorei um pouco. AMEI MESMO... Sério, não estou puxando saco nem nada [2], pois até fiz algumas pequenas 'críticas'. É bom, são construtivas, e sem maldade, sério. ;] Um dia vou trabalhar em uma redação (amoescrevermastenhopreguiçaàsvezeskkk) de um tele ou jornal mesmo, [espero *-*].. Weee. [edaí?] Parei. rs. Mas gostei, apesar de achar tudo um pouco obscuro, pessimista e triste demais. Mas é bom, me fez pensar e repensar sobre muitas coisas, sem contar que tem algumas partes maravilhosas e divertidas... É... Parabéns J, sua mente foi brilhante em volta de tudo isso, cada detalhe foi bacana.

    Você devia ler seu próprio livro de vez enquando para pensar um pouco sobre algumas coisas sobre ti viu. rs.. ^^

    Bom, é isso... Sensacional. Sou grande fã dessa história, apesar de ficar p. da vida com algumas coisas. kkkk. <3

    Daila. =)



    PS: Eu falei que ia ler tudo e comentar em todos, você não botou fé, mas, demorou um pouco e o fiz. Fiz por que prometi, por que gosto muito de você e que fique BEM claro, fui ficando interessada e envolvida com a história e cheguei até aqui por que gostei do que li. Só falei isso por que vai que alguém ache que estou exagerando só por estar puxando o saco. rs. Well, nem foi. =)














    *PS [2]: Dúvido que a Elisha morreu. [falei] kkkk \õ/
    Ela não merecia isso. No bom sentido, claro.

    "Morre cedo aqueles que não merecem morrer"

    Gravei isso, porém, no caso dela isso é diferente e pra mim, ao contrário. Apesar de tudo, ela merecia viver, superar tudo apesar dos apesares e ser feliz SIMM. Ela era [é?] forte o bastante pra isso. ;]

    Agora parei, 'falei' demais. -n-s


    D.³²¹²³²¹²³³²¹²²³¹²¹ rs.

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  3. "Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.

    Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.

    Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."
    lembra disso, e seu texto fica mil vezes melhor. esqueçe isso,e vai estar fadado ao fracasso ^-^
    André
    Boa Sorte ^-^

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